quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

DIÁRIO (1) - MEDO AO CONVIDAR PARA SAIR



Para ser sincero, desde pequeno, nunca convidei alguem para ir na minha casa ou sair caso fosse do mesmo sexo (com algumas exeções como ensaiar), pois, sempre tive uma agonia de isso soar gay para quem convidei.

Falar isso com alguem que eu queria amizade éra o mesmo que falar errado assim: "agente fomos ali na isquina". éra incrível o desconforto.

Sempre pensei nas regras que distanciasse amizade de "outra coisa".

pesquisando na net encontrei até o seguinte materia que passou no Fantástico:

Uma pergunta exclusiva para os homens. O que você faria se, um dia, um amigo chegasse, e fizesse o seguinte convite: “Quer passar uma semana em Campos do Jordão?”, conta o empresário Daniel Israel.
Campos de Jordão fica a duas horas de São Paulo e é um lugar que, tradicionalmente, os casais escolhem para passar a lua de mel. Você, no lugar de Daniel, aceitaria o convite do amigo?

“Eu não aceitaria de jeito nenhum. Romântico demais para você passar com um amigo seu”, responde o engenheiro Pedro Porto. “Amiga eu iria. Agora, amigo não”, afirma o físico Fernando Di Simoni.

Daqui a pouquinho a gente conta se Daniel aceitou ou não o convite do amigo. Antes disso, veja o que revelou uma pesquisa publicada em um jornal americano.

A pesquisa entrevistou 40 homens, entre 20 e 50 anos, em todos os estados americanos. A grande maioria, 30 deles, reconheceu sofrer da “síndrome homossexual”, ou seja, uma espécie de pânico de ser confundidos com gay.

Será que Daniel, que recebeu o convite do amigo para passar uns dias em uma estância turística, sofre desse mal? Só vendo como ele reagiu.

“Campos do Jordão? Como é que é isso? Aí ele explicou: ‘Eu tenho um hotel que eu preciso usar, porque eu entrei em um desses clubes, eu tenho que usar até a semana que vem e minha mulher não vai poder ir. 

Vamos a gente”, esclarece Daniel.

“A gente foi de carro. O hotel era isolado, com lareira. Bem romântico. Quando entrávamos em um restaurante, em um bar, a gente via que o pessoal olhava assim meio esquisito, pensando que a gente era um casal”, conta o empresário.

Segundo a pesquisa, o medo de parecer gay nem sempre é percebido pelos homens. Ele estaria no inconsciente masculino e se manifesta através de algumas regras de comportamento.

REGRA 1 - Ir ao bar com o amigo pode. Mas jantar a dois, só se for com mulher.
REGRA 2 - E na hora de pedir um drink, dois homens tomando cerveja pode ser, claro! Mas tomando vinho, não.

“Eu nunca dividiria uma garrafa de vinho com um amigo, só nós dois na mesa”, decreta o bancário Norberto dos Santos.

Peter e Edílson não se importam. “Somos bons amigos”, afirma Edílson. “Quem tem preconceito em relação a isso está desatualizado, no mínimo”, completa.

Se bater vontade de ir ao cinema em dupla com outro homem, filme romântico, nem pensar. Pode ser um de ficção ou de violência. “Não é divertido você ver um filme romântico com um amigo. É divertido você ver 
um filme romântico com alguém que você está tendo um romance”, comenta um jovem.

E mesmo assim, para não ter erro, nada de sentar coladinho. Tem que ter uma poltrona vazia no meio. “Se não é gay, então não é. Não tem que ter paranóia”, orienta outro jovem.

Onde será que começa esse medo de parecer gay? Daniel, então, foi convidado para uma brincadeira: ligar para os amigos enquanto a equipe de reportagem do Fantástico grava a conversa no telefone, para saber como eles reagem.

“Estava pensando em ir ao cinema mais tarde, você está a fim?”, convida Daniel. “Hum, hoje não dá, porque eu marquei de ir jantar com o meu pai”, responde o amigo. “E amanhã?”, insiste Daniel. “Deixa eu ver... Amanhã eu marquei de sair com uma menina”, dispensou o amigo.

“Estava pensando em ver um filme mais tarde, tomar um chope, o que você acha? Só a gente”, pergunta Daniel a outro amigo. “Bom você não mudou de time não, né?”, questiona o amigo. “Como assim cara? Te chamo pra ir ao cinema, tomar chope...”, rebate Daniel.

“Então tá bom, vamos falar de futebol, aí então tá bom”, responde o amigo.

Os antropólogos americanos ouvidos na pesquisa dizem que os homens que sofrem da “síndrome gay” perdem a oportunidade de dividir com os amigos as suas intimidades, de terem amizades mais profundas.

Por que é importante um homem ter uma relação íntima, de amizade, com outro homem? “Porque ele está desenvolvendo melhor a sua afetividade, de modo mais completo, mais pleno. Senão a afetividade fica restrita a vida familiar”, avalia a socióloga Andréa Brandão Pupin. “É uma bobagem, um preconceito contra o homossexualismo que vigora em nossa sociedade”, encerra a questão a socióloga.

FONTE: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL694759-15605,00-MEDO+DE+PARECER+GAY.html

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